Dando início a mais nova parceria, com o blog Caçadores do Medo. Uma “creepypasta” de deixar qualquer um com muito medo.
"O outro elevador."
Eu não quero te dizer meu nome. Não vai adiantar dizer, porque você não acredita em mim e eu não quero que as pessoas pensem que sou louco. Mas talvez o que eu digo pode significar algo pra alguém um dia. Talvez isso também aconteceu com você e eu não estou imaginando coisas. Cara, eu realmente espero que seja só minha imaginação.
Eu visito meus avós todo verão. Eles moram na Europa Oriental, numa dessas cidades turísticas que aparecem em cartões no mundo todo. Eles moram num apartamento de um prédio velho e amarelo.
Existe um elevador que eu tenho que pegar pra chegar no andar deles, o oitavo. É um desses elevadores velhos que a maioria das pessoas não iria achar que era muito seguro. Daqueles bem apertados, o suficiente para caber quatro pessoas magras se eles não se importarem em ficar apertadas. Enquanto existe uma porta de metal para abrir, o elevador mesmo, não possui portas. Então quando ele começa a se mover, você pode estender sua mão e tocar na parede. Eu costumava gostar de fazer isso. Tem um pequeno espelho que alguém pôs na parede oposta, um pequeno quadrado com uma moldura vermelha. Eu costumava me olhar nele. Dois dias atrás, eu voltei um pouco mais tarde que o normal. A minha avó ia reclamar comigo. Eu chamei o elevador. Você sempre pode ver quando ele chega pela janela da porta. Ele faz um barulho cada vez que chega num andar. Eu entrei, apertei o botão do oitavo andar, e me virei pra olhar no espelho.
Enquanto estava desatento olhando pro espelho, percebi algo realmente estranho: o elevador estava demorando mais que o normal pra chegar no oitavo andar. Eu me virei para observar os andares passando. Sempre passava por uma porta de metal em cada andar onde alguém tinha marcado os números de cada andar nelas. Mas os números não estavam lá e eu então percebi que não sabia o quanto o elevador tinha subido ou em que andar eu estava.
Eu também comecei a sentir um calor emanando de trás de mim. Virei-me para o espelho, mas não vi nada incomum, mas a temperatura continuou a aumentar até ficar desconfortável. Comecei a me sentir mal pelo calor, como se tivesse ficado sentado numa sauna por horas. Eu me lembro de começar a tombar e esticar minhas mãos pra trás para me equilibrar e sentir o balance das paredes com o movimento. Exceto que o que minha mão tocou não se mexia e estava muito quente.
O espelho refletia apenas o mesmo elevador e a mesma parede passando, eu me virei pra conferir.
Eu acordei depois dentro do elevador, com um entranho preocupado me balançando.
Ninguém vai acreditar no que vi quando em virei, então não vou dizer. Pelo menos não digo a ninguém que conheço. Aquilo era muito insano, eu sei… o elevador; suas paredes de textura confortável, a única luz balançando no centro, tudo que era familiar tinha desaparecido. Em seu lugar havia uma caixa retangular com camadas de algo salpicado, pulsando. Como carne velha. Como se estivesse dentro de uma boca. Tudo ao meu redor. Então eu senti o cheiro. Foi a última coisa que me lembrei antes de desmaiar. O cheiro. Como pus e vômito em um caixão. Me acertou tão de cheio que pude sentir minhas narinas queimando em agonia. Eu fiquei rapidamente cego pelas minhas próprias lágrimas. Engasgado com minha própria bile.
Ainda consegui uma última visão no espelho, através dos meus olhos embaçados. A única coisa que se manteve. Eu pude ver refletida dentro do espelho. Eu pude ver meu elevador.
Meu bom e normal elevador. Pessoas entrando nele, com suas faces radiantes pela luz do sol. Apertando os botões de seus andares. Eu não estava nele. Ao meu redor, as paredes começaram a se contorcer. Havia um barulho. Como vomito.
Então eu fiquei inconsciente.
Eu não uso mais nenhum elevador. Prefiro as escadas. Eu acho, talvez, que se você ver um elevador como esse, você provavelmente deveria ir pelas escadas também. Por favor, vá pelas escadas também, por favor.
Por favor.
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